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Desemprego cai para 7,5%

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativa a outubro traz dois sinais aparentemente contraditórios. De um lado, a taxa de desocupação nas seis principais regiões metropolitanas do País, acompanhadas pela instituição, mantém-se em um patamar baixo: caiu de 7,6% para 7,5%, o menor índice registrado em outubro desde 2002. De outro lado, chama a atenção a queda de 1,3% no rendimento médio real dos trabalhadores - de R$ 1.258,20 - no mês. O recuo é o maior já apurado de um mês para o outro na série desde janeiro de 2006. Para Adriana Beringuy, economista responsável pela PME, dois fatores podem explicar o fenômeno da queda na renda. "Em parte, houve um ligeiro aumento na inflação. O INPC de outubro foi de 0,5%, ante o de setembro, de 0,16%", aponta a especialista. Outro motivo para o recuo pode ser explicado, ainda, pela pressão no mercado de trabalho dos trabalhadores temporários, que ingressam nesta época do ano devido às vendas de Natal. "Eles têm um rendimento inferior, o que influencia a média", acrescenta. Para Adriana, nesta época do ano há o estímulo para quem está fora do mercado de trabalho buscar emprego. "As oportunidades sazonais têm a característica de não oferecerem maiores exigências quanto à experiência anterior ou qualificação", comenta a técnica. A economista ressalta, no entanto, que o rendimento do trabalhador no mês de outubro registrou um aumento de 4,5% em relação a outubro de 2007, "um dos crescimentos mais expressivos da série". Para ela, portanto, ainda não é possível relacionar o recuo dos rendimentos do trabalhador com a crise internacional. Ao contrário. Outros indicadores apurados são positivos. A taxa de pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas acompanhadas pela pesquisa - ou 22,2 milhões - aumentou 0,8% em relação a setembro. E 4,0% quando comparado outubro de 2008 com outubro de 2007. Os segmentos em que houve maior expansão da ocupação foram educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social. Nesse grupamento, o crescimento sobre setembro chegou a 3,1%. Já quando a comparação é feita sobre um ano antes, construção registrou um aumento de 8,4% serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira, 6,2% e educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social, 6,0%. Hoje, o nível de ocupação nas seis regiões pesquisadas, segundo a PME, é de 53,5%, um acréscimo de 0,5 ponto percentual sobre setembro e de 1,1 ponto percentual em comparação com outubro de 2007. A pesquisa de outubro traz outra boa notícia. "Ainda estamos com fôlego no crescimento com carteira assinada no setor privado", frisa Adriana. O emprego com carteira assinada no setor privado aumentou 1,9% frente a setembro e 7,3% frente a outubro de 2007. Segundo o IBGE, foram criados no ano 673 mil postos formais de trabalho. "Esses são empregos mais regulados, nos quais há salvaguardas sociais, protegendo trabalhadores. É um bom sinal." A PME de outubro calculou em 41,4 milhões as Pessoas em Idade Ativa (PIA) - aquelas com 10 anos de idade ou mais - nas regiões estudadas. O número é 1,9% maior que o registrado em outubro de 2007.

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