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Caem juro e spread para pessoa física

De acordo com o BC, em fevereiro também cresceram os empréstimos e diminuiu a inadimplência.

O juro médio e o spread bancário (que indica a diferença entre quanto o banco paga para captar recursos e quanto cobra ao emprestá-los) para clientes pessoa física atingiram em fevereiro os menores níveis da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1994.

A afirmação partiu do chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ao comentar os dados divulgados ontem sobre o comportamento do mercado de crédito do País em fevereiro  –  cujas operações de crédito tiveram alta de 0,8% na comparação com janeiro. No último dia do mês passado, o total de financiamentos era de R$ 1,435 trilhão.

Segundo o relatório mensal, o juro médio pago nos financiamentos tomados pelas famílias ficou em 41,9% ao ano, ante 43% de janeiro. No spread,  a margem cobrada pelas instituições financeiras nos créditos às pessoas físicas caiu de 31,8 pontos em janeiro para 30,8 pontos no mês passado –  o chegando também ao menor nível da série.

Em razão da queda dos juros e do spread das famílias, o juro médio cobrado no crédito livre caiu em fevereiro, após duas altas mensais seguidas. A taxa média dessas operações recuou de 35,1% ao ano em janeiro, para 34,3% anuais em fevereiro. Nas operações para pessoas jurídicas, o juro médio cedeu de 26,5% para 25,9% no mês passado, na comparação com o mês anterior.

A queda das taxas de juros nos empréstimos teve relação direta com a redução dos spread bancários no período. Na média, o spread do crédito livre caiu de 25,1 pontos percentuais para 24,3 pontos percentuais, entre janeiro e fevereiro. Além da queda verificada no segmento pessoa física, nas operações para as empresas a margem oscilou de 17,5 pontos para 16,9 pontos.

Empréstimos – Entre os segmentos, os empréstimos ao setor privado cresceram 0,8% em fevereiro em relação a janeiro e 14,4% em 12 meses. No âmbito privado, chama a atenção a expansão de 2,7% no mês da carteira de empréstimos para habitação, que já acumula um crescimento de 46,4% em 12 meses.

Ao fim de fevereiro, o volume de empréstimos ao setor privado era de R$ 1,374 trilhão e a habitação acumulava financiamentos de R$ 96,759 bilhões. O BC também informou que a participação do crédito no Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 44,9% em fevereiro, ante 45% em janeiro. Um ano antes, em fevereiro de 2009, essa fatia era de 40,7% (veja matéria abaixo).

Inadimplência – Segundo o BC, a taxa média de inadimplência nas operações de crédito livre– quando a taxa de juro é livremente pactuada – caiu de 5,5% em janeiro para 5,3% em fevereiro.

A redução dos atrasos foi liderada pelas operações das pessoas físicas, cuja taxa de inadimplência caiu de 7,6% para 7,2% No crédito para as empresas, o percentual das operações com atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos recuou de 3,8% para 3,7%.

Março – De acordo com Lopes, as operações de crédito com recursos livres cresceram 1% no início de março, conforme levantamento preliminar feito com dados até o dia 10. Segundo ele, a expansão foi liderada pelos empréstimos às pessoas físicas, que cresceram 1,4% no período. Nos financiamentos às empresas, a expansão foi de 0,6%.

Quanto às taxas, o juro médio cobrado nessas operações manteve-se em 34,3% nos 10 primeiros dias deste mês, exatamente no mesmo patamar observado ao final do mês passado. O comportamento entre as várias linhas de crédito, no entanto, foi distinto. Nas operações para pessoas físicas, a taxa média cedeu 0,3 ponto percentual, para 41,6% ao ano. Para as empresas, o crédito ficou 0,2 ponto percentual mais alta, em 26,1%.

Mesmo com o juro médio estável, o spread médio cobrado nessas operações – que é a diferença entre as taxas de captação e de empréstimo dos bancos – caiu 0,2 ponto, para 24,1 pontos percentuais. Por segmento, a margem praticada nas operações para pessoas físicas caiu 0,4 ponto, para 30,4 pontos. Para as empresas, o spread seguiu em 16,9 pontos.

Base monetária – A base monetária (papel moeda emitido acrescido das reservas bancárias) teve contração de 2,1% em fevereiro na comparação com janeiro, na média dos saldos diários. Com essa evolução, o saldo da base por esse conceito recuou dos R$ 165,388 bilhões registrados em janeiro para R$ 161,879 bilhões no mês passado. Em 12 meses, essa cifra teve expansão de 19,2%.

No conceito de ponta, que leva o saldo no final do período, a base monetária teve retração de 0,8% entre janeiro e fevereiro, quando o saldo decresceu  de R$ 155,65 bilhões para R$ 154,334 bilhões. Em 12 meses, o valor teve expansão de 13,3%.

 

 

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